Estas e muitas outras perguntas podem agora começar a encontrar resposta depois de décadas de omissão da sua relevância social, económica, política, territorial e arquitetónica. A base de dados Mapa da Habitação, em construção permanente, está apta para estes questionamentos e para outros que o futuro próximo trará.
Inserida no projeto de investigação como o mesmo nome, a base de dados Mapa da Habitação, é um instrumento de trabalho aberto e disponível para ampliar a reflexão crítica e divulgação da arquitetura apoiada pelo Estado que ergueu, através de diferentes programas, grande parte dos edifícios de habitação económica do século XX português. Esta oportunidade orienta-nos para outros aspectos significativos do panorama arquitetónico nacional, onde se debate uma vasta arquitetura corrente geralmente omitida da história que, ao marcar os territórios, marcou o caminho da nossa modernidade.
Assim, esta base de dados (só parcialmente de acesso livre), para além de um elenco tipológico de bairros e programas habitacionais e das fontes documentais que os informam, é ponto de partida para a proposição de narrativas e contra-narrativas, historicamente rebeldes e de cânones alternativos, relevantes no presente momento arquitetónico.
A extensão dos seus dados vai também além do estrito momento em estudo, alargando-se do século XX até hoje e acolhendo diversas iniciativas de referência no campo da habitação coletiva. Oferece-se assim um amplo contexto nacional e internacional para a observação do tráfego de normas e modelos entre promoção pública e privada de habitação.